Michael E. Cafferky

Fundamentos bíblicos para disciplinas acadêmicas:

uma abordagem temática bíblica

Através de seus grandes temas, a Bíblia apresenta uma base para o aprendizado em todas as disciplinas.1 Os temas bíblicos são tão aplicáveis aos programas de formação profissional quanto aos de aprendizagem na área das ciências humanas, ciências, artes e áreas técnicas/vocacionais. A finalidade deste artigo é introduzir 12 grandes temas bíblicos que fornecem fundamentos bíblicos relevantes para o currículo na educação adventista do sétimo dia. Os temas apresentados aqui podem permear o currículo em todos os níveis. Entrelaçar esses temas com o aprendizado também é uma forma de fortalecer a maneira pela qual a educação adventista se diferencia de outros sistemas educacionais.

Este artigo é dividido em três seções. Primeiramente, ele explica como os temas bíblicos específicos foram selecionados para consideração. Em segundo lugar, ele resume cada tema. Em terceiro lugar, fornece exemplos de como esses temas podem ser aplicados no processo de ensino/aprendizagem.

Como os temas foram selecionados

A identificação desses temas bíblicos envolveu um processo de varredura de amplas seções da Bíblia à procura de padrões de pensamento relacionados a uma única área de conteúdo.2 Lentamente, ao longo do tempo, um padrão começou a surgir à medida que eu estudava as implicações no ensino e aprendizagem. Então, em 2012, enquanto esperava em um auditório em Bloemfontein, na África do Sul, para apresentar pela minha vez as bases bíblicas para o aprendizado, vivenciei um momento conceitual de “Ah hah!” à medida que um padrão se tornava aparente: coletivamente, os escritores da Bíblia pareceram usar alguns temas em comum ao refletir sobre o caráter de Deus, a pessoa e a obra do Messias Jesus Cristo e ao darem diretrizes para a conduta humana (ver Figura 1).

  • O caráter de Deus. Muitas vezes, os elementos do caráter de Deus são mencionados explicitamente; outras vezes, os escritores da Bíblia descrevem o caráter de Deus em ação. A restauração da imagem de Deus é um processo de recriação divina, mas envolve a cooperação de pessoas em comunidade que pretendem imitar o caráter de Deus em todos os contextos da vida.³ Além de seu chamado explícito à imitação, Paulo apresenta esse processo como revestindo-se do “novo eu”,4 um processo de transformação,5 deixando a Palavra de Cristo habitar em nós6 e tendo Cristo vivendo em nós.7 O processo de renovação é descrito de outras maneiras nas Escrituras também: deixando que a lei, a transcrição do caráter de Deus, nos restaure;8 contemplando o caráter de Deus e sendo transformado.9 Argumenta-se aqui que, se a imitação do caráter de Deus é relevante para os seres humanos, ela deve ser relevante independentemente do contexto social ou de atividades particulares. Ela deve ser também amplamente relevante para o currículo em uma instituição educacional.
  • A identidade de Jesus Cristo e Sua obra. A figura central da Escritura, pode-se argumentar, é Jesus Cristo. A expressão mais clara e visível do caráter de Deus é Jesus Cristo, Sua identidade e Sua obra.10 Somos incentivados a desenvolver uma relação pessoal com Ele, mas a Pessoa com quem temos esse relacionamento não é simplesmente qualquer pessoa. Ele é o Deus encarnado, em ação! Para construir um currículo centrado em Cristo, elementos sobre quem é Jesus e o que Ele realizou devem estar entrelaçados no currículo. Como um grupo, os temas discutidos são uma maneira de manter Jesus no centro do planejamento curricular, uma vez que, coletivamente, eles revelam quem Ele é e o que Ele significa.
  • A conduta do crente. A teoria deve transformar-se em ação prática.11 As Escrituras não estão em falta nesse sentido, embora não abordem as ações humanas em todos os contextos sociais. Mas há temas da Escritura que servem como sinalizadores indicando a direção que as ações deveriam tomar. Esses sinais, consistentes com o caráter de Deus, podem ser emulados em ação e relacionados à identidade de Jesus Cristo.12 Curiosamente, a maioria dos temas explorados neste artigo são temas orientados à ação na Bíblia.

Figura 1.

A conduta do crente
Grande conflito Justiça
Criação Retidão
Santidade Verdadeira santidade (fé em ação)
Aliança Sabedoria
Shalom (vida florescendo em todas as dimensões) Benignidade (lealdade permanente)
Sábado Redenção

Ao examinar o registro bíblico e aplicar estes critérios de estudo, os temas listados abaixo podem ser observados como comuns a todos os três critérios.13

Mais do que meras palavras que aparecem centenas de vezes nas Escrituras, os conceitos carregam uma carga de conteúdo que representa os fios de urdidura e trama da mensagem da Bíblia. O rico significado teológico dos conceitos fornece uma base bíblica para o currículo.

Esses temas estão fundamentados nos escritos de Moisés, que se estendem e são desenvolvidos em toda a Bíblia. Moisés forneceu o primeiro conteúdo às ideias, e outros escritores acrescentaram riqueza e nuances aplicando-as a situações diferentes. Os temas estão presentes nas narrativas bíblicas, nos relatos históricos, nos ensinamentos, na poesia, nos escritos de salmos, provérbios e profetas e na literatura apocalíptica.

As referências às ideias incorporadas nesses temas aparecem centenas de vezes na Bíblia. Além disso, encontrei mais de 570 vezes vários temas que aparecem juntos, agrupados. A presença desses temas em grupos ocorre em pelo menos 59 dos 66 livros da Bíblia. Um exemplo de quatro grandes temas que aparecem juntos é encontrado no Salmo 89:14, em que o rei Davi fornece uma descrição sucinta de como o caráter de Deus é revelado em Seu modo de governar: “Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem.”14

Em outro exemplo, o rei Salomão conecta elementos específicos do caráter de Deus, a saber, Sua benignidade (da palavra hebraica hesed) e verdade (da palavra hebraica emeth) com o sucesso de um governante político terreno, o rei: “Amor [hesed] e fidelidade [emeth] preservam o rei, e com benignidade [hesed] sustém ele o seu trono” (Pv 20:28). Neste exemplo, Salomão usa a repetição para reforçar o ponto de que a lealdade e a fidelidade são qualidades-chave de um líder de alto nível. Como será ilustrado abaixo, isto tem potencial para aplicação numa variedade de campos de estudo.

No Novo Testamento, também encontramos exemplos de temas apresentados em grupos. Aqui está um em que Paulo apresenta a identidade de Jesus Cristo em termos de temas que se originam dos escritores do Antigo Testamento: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (1Co 1:30).

A conduta dos crentes é apresentada em toda a Bíblia e, às vezes, em grupos de grandes temas. Um exemplo familiar de um conjunto de temas que aparecem juntos apontando o caminho para o comportamento humano é encontrado em Efésios 6:13-15: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.”

Os grandes temas aqui considerados são as cápsulas que transportam as mensagens centrais da Bíblia. Eles são relevantes para as relações sociais e nossa conexão com o ambiente físico. Eles assumem a validade do mundo material criado, as dimensões práticas da vida e as dinâmicas econômicas na sociedade. Eles se aplicam a muitas atividades da vida, tanto vocacionais como não vocacionais.

Para tirar benefício desta introdução, o leitor é encorajado a estudar cada tema mais profundamente com o objetivo de compreender melhor as ideias ricamente texturizadas que cada tema contém. Para alguns não treinados em estudos bíblicos, isso pode ser um desafio. Pode demorar algum tempo para que os insights desses temas tenham efeito. Devido às muitas maneiras pelas quais cada tema é usado pelos vários autores das Escrituras, os próprios temas desafiam a simplificação excessiva. Parece não haver nenhum substituto do estudo exigido para tornar-se envolvido no pensamento temático bíblico.

Consequentemente, devido às limitações de espaço, o que se segue é uma descrição abreviada de cada tema. As passagens bíblicas que mencionam um tema relacionado com o caráter de Deus, a identidade de Jesus Cristo e a conduta do crente recebem uma nota final para cada subtítulo.15 Portanto, esta não é uma abordagem do tipo prova textual tradicional, mas uma coleção de exemplos bíblicos de onde os próprios escritores da Bíblia empregam um ou mais desses temas (ver Figura 2).

Figura 2.

Jesus Cristo

O grande conflito16

De um lado do grande conflito cósmico, encontramos Deus e como Ele procede quando Suas criaturas discordam de Seu plano para uma vida próspera. Nesse grande conflito, Deus é o Doador da vida e Sustentador das comunidades. Ele encoraja a liberdade, mas não a absoluta autonomia, o que levaria ao caos e à anarquia. Ele deseja para todos os seres humanos uma vida próspera e abundante. Deus é compassivo mesmo para com aqueles que O rejeitam. Ele cura e reconcilia. Sua autoridade está fundada em traços de caráter de sabedoria, verdade, retidão, justiça, amor e salvação. Ele julga sem parcialidade e não fornece motivo algum para se desacreditar de Sua autoridade.

Encontramos no outro lado do conflito o principal adversário de Deus, Satanás. Ele engana e oprime. Usando a política negativa do descrédito, sem outra causa senão sua própria ambição, ele incita questões sobre o caráter de Deus. Ele afirma falsamente que Deus não diz a verdade e insinua que os mandamentos de Deus são muito pesados. Coisas que nos equipam para nossa parte na luta cósmica incluem vários temas introduzidos aqui: verdade, retidão, fidelidade, shalom e redenção.17

Criação18

A santidade da vida e a autoridade moral de Deus foram estabelecidas na criação. A criação é o primeiro evento quando os seres humanos foram escolhidos para ser uma bênção para os outros. Tudo que os humanos fazem em serviço aos outros envolve algo que veio diretamente da mão de Cristo, o Criador-Redentor. O Criador deu aos humanos a tarefa de trabalhar como governantes e servos. Por meio desse papel duplo, podemos ser colaboradores de Deus em entender todo o potencial da produtividade da terra. Assim, a terra com seus recursos não é simplesmente alguma coisa a ser explorada visando ao lucro; a terra é santa, separada para sustentar a vida em serviço de Deus. Em toda a Bíblia, o tema da criação é transformado no tema da recriação e restauração. Logo após a criação, aprendemos que a restauração é necessária. Essa restauração torna-se um dos objetivos do plano de redenção de Deus e o grande objeto da vida.19 A Bíblia termina quando Deus cria um novo céu e nova terra depois das cenas finais do conflito cósmico.

Santidade20

Santidade na Bíblia se refere a um elemento fundamental do caráter de Deus. Deus está tão longe do pecado e do mal que Ele não pode tolerá-lo. Sua santidade o leva a agir com justiça em relação ao mal. Paradoxalmente, é Sua santidade que infunde Seu amor com ações de graça para conosco. Fidelidade e confiabilidade para cumprir Suas promessas também são expressões de Sua santidade. O desejo de Deus de estar com as pessoas é tão grande que O levou a enviar Seu Filho, Jesus Cristo, que é uma suprema expressão de santidade.

Os seres humanos não podem por seu próprio poder atingir a pureza moral absoluta. As pessoas são chamadas santas somente quando entram em um relacionamento com Deus, que é santo.21 Da mesma forma, todo o povo de Deus é santo, não porque seja moralmente puro, mas porque responde ao chamado de Deus para segui-Lo, para confiar em Sua fidelidade. A ideia bíblica da santidade também engloba a profundidade e a totalidade do compromisso com Deus. Refere-se a ser separado ou consagrado para o serviço a Deus.22 A santidade dessa relação penetrará em todos os esforços da vida. Os crentes têm um papel em trabalhar, criar, ensinar, supervisionar, construir, restaurar, cuidar, comprar e vender de maneira que demonstrem o caráter de Deus. Isso exige administrar o chamado à santidade, que paradoxalmente nos separa do mundo para um serviço distinto, mas também nos chama para o mundo, para servi-lo.

Relações de aliança23

O objetivo final de um relacionamento baseado em uma aliança é promover uma vida de bem-estar na comunidade. Uma descrição sucinta dos relacionamentos em um concerto ideal é dada sob a forma de diretrizes cheias de graça para uma vida próspera encontradas nos Dez Mandamentos.24 A demonstração mais visível da caminhada em direção ao pleno bem-estar é Jesus Cristo. Relacionamentos baseados em um concerto revelam o caráter dos participantes. Relacionamentos assim são estabelecidos para que os envolvidos possam ser uma bênção para os outros. Os concertos existem para alimentar relacionamentos interdependentes com os outros e com a comunidade em geral, não só para o presente, mas também a longo prazo. Os concertos fornecem meios pelos quais pelo menos um participante pode agir de maneira redentora quando o relacionamento precisa de reconciliação. Relações baseadas em concerto envolvem não apenas compromissos gerais, vagos, mas também compromissos específicos com ações particulares. A verdadeira obediência aos mandamentos não vem do sentimento sobrecarregado de ter que cumprir uma lista arbitrária de regras. Na Bíblia, andar em obediência aos mandamentos é uma caminhada de liberdade em direção a uma vida próspera, uma caminhada guiada pelo processo de restauração e motivada pelo Espírito de Deus.

Shalom (vida próspera em todas as dimensões)25

Este tema é por vezes expresso nas traduções inglesas da Bíblia usando as palavras paz, bem-estar e termos semelhantes. O plano de Deus para os seres humanos na criação era para eles experimentarem o bem-estar completo em todas as suas dimensões: uma estreita relação com Ele, harmonia social com os outros, saúde física e mental bem como paz internacional e a prosperidade para a comunidade. Isso significa viver não apenas para servir aos interesses pessoais, mas também para servir aos interesses dos outros. Essa experiência veio a ser chamada de shalom (paz). Depois do pecado, os princípios do concerto contidos nos Dez Mandamentos são a prescrição de Deus sobre como caminhar com Ele e uns com os outros ao longo do caminho para o shalom.26 A lei é a profética promessa de Deus para o bem-estar. Mais de um escritor da Bíblia nos encoraja a perseguir as bênçãos do shalom que vêm de Deus.27 Seguidores de Deus são chamados a estender as bênçãos do shalom a outros. É em servir os outros que as bênçãos se acumulam para nós mesmos. Mesmo quando uma pessoa ou uma organização não pode criar bem-estar para uma comunidade inteira, uma pessoa pode criar um sabor de shalom para alguns.

Sábado28

O sábado não é apenas uma doutrina, mas o ápice dos relacionamentos da aliança na Bíblia. O sábado semanal oferece um sabor de shalom a todos que o guardam. O sábado é um retorno breve e semanal a uma existência semelhante ao Éden. Quando o Éden foi interrompido pelo pecado, o potencial escondido do sábado foi revelado: passar tempo com Deus e deixar de lado os encargos das atividades econômicas. O dia do sábado permite aos seres humanos renunciar continuamente à autonomia humana e reconhecer a soberania de Deus na vida. O sábado semanal é inseparável e interdependente do trabalho e da busca do shalom. Pode-se até dizer que o sábado pode perder algum significado se nos outros seis dias nenhum trabalho for feito. O trabalho perde um pouco de seu significado quando o que o sábado significa é ignorado ou rejeitado. Portanto, somos chamados a fomentar tanto o trabalho para sustentar a vida humana quanto o contentamento na fidelidade a Deus. Levamos os princípios do sábado conosco por onde formos.

O sábado está basicamente relacionado à nossa vida de relacionamento com Deus e ao descanso do nosso trabalho diário de ser colaboradores com Deus ao sustentar uns aos outros. Ele envolve o descanso na alegria dos grandes dons de Deus da criação e redenção e o descanso na fidelidade de Deus em Cristo em nosso favor, o que é suficiente para nossa salvação. O sábado também envolve descansar na esperança de que um dia o shalom do Éden será restaurado na consumação da história bíblica.

Justiça29

Muitas vezes reduzimos a ideia de justiça a uma questão de lealdade. A ideia de justiça na história do grande conflito é mais ampla, englobando todos os aspectos das responsabilidades para com os nossos semelhantes e para com Deus. Na Bíblia, sempre que uma pessoa cumpre suas obrigações, está se comportando de forma justa. Justiça são as ações que uma pessoa assume para honrar os direitos dos outros. Buscamos relações de aliança em conjunto, exigindo que as pessoas com autoridade tratem aqueles sob seu poder com justiça.

Até mesmo os estrangeiros devem participar dos benefícios da justiça. Na Bíblia, a justiça é um sistema ativo de distribuição. A justiça deve envolver toda a terra, não deve ser apenas domínio do sistema oficial de um tribunal. Ela deve fluir a partir daqueles em posição de muita autoridade para aqueles com pouca autoridade e continuar como um fluxo de vida até chegar aos mais vulneráveis e necessitados. A justiça deve nutrir todos na comunidade, inclusive inimigos e estrangeiros. Todos os seguidores de Deus são chamados a contribuir para a justiça nos grupos sociais com os quais interagem. Devemos usar a tecnologia de forma a promover a justiça em vez de tirar proveito dos outros. Os fiéis intervêm corajosamente para corrigir as injustiças.

Retidão 30

A essa altura já deveria estar evidente o quanto esses temas se sobrepõem. Cada um apresenta uma faceta diferente de uma unidade de pensamento na Bíblia. Assim, o tema da retidão é por vezes interligado e usado como sinônimo de outros temas, como justiça, benignidade e redenção. Retidão significa ser reto e firme ou ser como o aço, em vez de vacilante.31 Deus é a fonte da retidão. Os seres humanos são chamados a imitar o comportamento de Deus na comunidade. As ações de Deus mostram Sua fidelidade às Suas promessas. Essas ações são o padrão da retidão. O comportamento justo ou injusto é avaliado pela comunidade de fé em termos dos Dez Mandamentos. As ações que promovem a justiça são retas. Enquanto os seres humanos são chamados a se comportar corretamente uns com os outros, a verdadeira justiça é um dom da ação de Deus.

Verdade (fidelidade em ação)32

Em um nível superficial, pensamos que “verdade” significa dizer a verdade em vez de enganar, ou abraçar as doutrinas certas em vez das falsas. Mas a noção bíblica de verdade não se limita à busca da ideia abstrata de veracidade da informação, crenças corretas ou integridade da fala.33 A verdade também inclui um significado mais profundo que é importante em toda disciplina acadêmica. O conceito bíblico de verdade significa fidelidade de ação em um relacionamento. Verdade significa que há uma estreita correspondência entre nossas ações e o que os outros esperam de nós à luz dos princípios do concerto, quando somos testados pelo tempo e pelas circunstâncias. Em outras palavras, verdade significa que somos quem dizemos ser: fiéis nas alianças.34

Em termos contemporâneos, a verdade envolve viver uma vida digna de confiança sem hipocrisia. Verdade significa assegurar que todas as nossas ações têm confiabilidade duradoura e são um indicador confiável do que defendemos em relação ao caráter de Deus. Em essência, progredir em verdade significa avançar na causa da fidelidade aos compromissos da comunidade e relativos a ela.

Sabedoria35

Sabedoria significa ser firme e bem fundamentado, ser fiel primeiramente a Deus e em segundo lugar nos negócios da vida, celebrando todo o bem que Deus nos deu, e buscando tudo o que contribui para o verdadeiro shalom. A sabedoria é um mediador das bênçãos do shalom de Deus. Uma vez que o shalom é fruto de uma experiência comunitária, a sabedoria é para ser compartilhada. Envolve um aprendizado vitalício na comunidade.

A dimensão prática do conhecimento da sabedoria não pode ser entendida fora de sua relação com o concerto e a redenção. Os seres humanos por conta própria são limitados em sua capacidade de sistematizar a verdadeira sabedoria para toda a vida. A sabedoria, como o shalom, engloba todas as dimensões da vida imaginadas nas relações do concerto. Sabedoria é a capacidade de considerar de forma aplicada ou detalhada alguma coisa e assim conseguir um insight. A pessoa sábia torna-se apta a lidar com todas as coisas materiais não para seu próprio bem, mas por buscar o shalom. Intimamente relacionada à sabedoria, está a ideia da discrição cuidadosa na aplicação do conhecimento à vida cotidiana. A prudência, irmã da sabedoria, é também um conceito de ação. A prudência é, entre outras coisas, a capacidade de se manter longe de ser enganado, uma importante dimensão na busca pelo shalom.

Benignidade (lealdade permanente)36

Que valor tem um relacionamento, para qualquer das partes, se a ênfase principal está em seguir regras arbitrárias? Não muito, a longo prazo. Sem benignidade, as alianças se desintegrariam.

Como um diamante finamente lapidado, a benignidade bíblica tem muitos aspectos. Não podemos limitar a ideia bíblica do amor apenas a um sentimento de afeição por alguém. Embora existam muitas evidências na Bíblia de que Deus sente compaixão pelos seres humanos, a ideia central da benignidade bíblica é a lealdade interior, um laço de união mais forte que qualquer outra conexão. Como o tema da verdade, a benignidade é uma palavra de ação. Demonstramos lealdade na ação. Quando Davi observou a ação de Deus para com seu povo, ele exclamou que toda a terra estava repleta da lealdade de Deus. Uma razão pela qual toda a Terra está cheia da bondade amorosa de Deus é que Sua justiça pode ser vista por toda a comunidade. Se desejarmos profundamente a experiência do shalom, buscaremos a lealdade permanente em nossos relacionamentos.37

Redenção38

Redenção na Bíblia significa agir sobre esse íntimo vínculo de lealdade como um parente que resgata, liberta, socorre ou salva.39 Através de Suas ações de redenção, Deus providenciou um meio de reconciliação e transformação. A transformação só é possível por meio da fidelidade e do poder de Deus. Ao agir para redimir, Deus aproximou-se daqueles que necessitavam de um relacionamento restaurado. Ele encoraja e capacita em vez de coagir. A redenção realizada por Jesus Cristo não se limita apenas ao perdão espiritual dos pecados; ela inclui toda a Terra.40 Em última análise, a redenção envolve o processo (e o resultado) de restaurar completamente todas as dimensões do shalom em uma Nova Terra. Em nossa esfera, somos comissionados a ser agentes de redenção, mostrando o poder de Deus em nossa vida através de ações e do compartilhamento do Evangelho.

Embora os temas possam ser entendidos individualmente, a plena compreensão de cada um exige a compreensão dos outros. Os temas bíblicos aqui apresentados estão interrelacionados, entrelaçados e são interdependentes. A aliança está interrelacionada com a benignidade, a verdade, a sabedoria e o shalom. Na sabedoria vemos uma estreita ligação com a aliança. A justiça está ligada ao shalom, à aliança e à benignidade. No sábado e na criação encontramos elementos do shalom. O tema do grande conflito se cruza com os outros temas. Cada tema merece uma exploração completa de sua riqueza, a fim de ver como ela pode ser útil em qualquer parte específica do currículo.

Usando os temas na sala de aula

Os temas bíblicos são uma fonte válida para o planejamento do currículo em um programa educacional que procura ser fundamentado nas Escrituras. A próxima seção deste artigo fornece uma série de exemplos sobre como os temas bíblicos podem ser entrelaçados através de todos os elementos tradicionais do currículo, incluindo metas de aprendizagem, conteúdo do curso, métodos de ensino/aprendizagem e avaliação.

• Metas de aprendizagem. Incorporar um tema bíblico como uma das metas de aprendizagem pode ser um ponto de partida natural quando se consideram temas bíblicos como base para o aprendizado. Por exemplo, o tema bíblico da fidelidade (muitas vezes traduzido como “verdade”) pode ser incorporado na seguinte meta de aprendizagem em um curso de literatura (ou em um programa de graduação): “Os alunos serão capazes de descrever como compreendem o significado de ____________ (identificar o tema bíblico)”. Tal meta de aprendizagem pode ser implementada em vários níveis: de uma unidade de estudo, um curso, ou um ano, para aplicações em maior escala, propagado por vários anos, por um programa inteiro de graduação.

Com essa meta de aprendizagem orientando o processo de ensino-aprendizagem, os alunos e instrutores podem colaborativamente explorar várias passagens da Escritura em que o conceito de verdade é central. Com o tempo, eles podem então coletar e sintetizar seu aprendizado sobre o tema como um aspecto do caráter de Deus, como um elemento-chave da obra de Jesus Cristo e como uma verdade eterna. Eles podem então discutir como esses temas, quando colocados em ação, fomentam uma florescente vida em comunidade. Quando surgirem dificuldades com a implementação prática do conceito, isso proporcionará aos alunos e instrutores uma oportunidade de desenvolver criteriosas habilidades de pensamento.

• Conteúdo do curso. Não há tempo suficiente para ensinar tudo sobre cada assunto relevante em cada nível de ensino e programa de graduação. Como instrutores, abrimos mão de alguma coisa em favor de outra quando selecionamos o conteúdo para conseguir as metas de aprendizagem. Várias perguntas que ajudarão o instrutor a identificar a base do curso são as seguintes: quais são os temas bíblicos importantes no contexto do que os alunos estão aprendendo? Que conteúdo, se incorporado, iria fornecer uma ponte natural para ajudar os alunos a estabelecer o seu aprendizado sobre uma base bíblica? Que conteúdo, considerado importante por especialistas na área, precisa ser revisto à luz de um ou mais temas bíblicos?

Por exemplo, em um programa de graduação em administração de empresas em que é ensinada a economia aplicada, a perspectiva secular dominante precisa ser explorada no contexto de uma visão bíblica: será realmente apropriado uma empresa existir inteiramente com o propósito de maximizar o valor econômico para os acionistas? Aqui, para o instrutor que deseja oferecer uma fundamentação bíblica para os alunos, a tradicional perspectiva egoísta em finanças pode ser contrastada com os temas bíblicos do shalom, da verdade, aliança, sabedoria e outros valores. O instrutor pode levar os alunos a uma discussão sobre as complexidades éticas, legais e sociais, sobre as metas competitivas que existem quando as necessidades dos acionistas e as necessidades dos outros são consideradas à luz dos princípios bíblicos da comunidade crescente.

A finalidade maior de um campo de estudo ou profissão pode ser explorada em termos de um ou mais temas bíblicos. Assim, os professores e alunos têm a oportunidade de explorar as implicações dos temas para uma variedade de atividades vocacionais. Por exemplo, o tema da sabedoria tem aplicação potencial em termos de propósito nas artes, ciências, humanidades e profissões. O propósito de uma profissão pode ser visto como parte de uma instituição social que assume a responsabilidade de reunir e preservar a sabedoria do mercado que contribui para relacionamentos leais e fiéis. À medida que a profissão contribui para a fidelidade e lealdade, também promove o crescimento humano.

A Bíblia não é uma enciclopédia de conhecimento para todas as disciplinas acadêmicas. É difícil ensinar em um curso contemporâneo um conteúdo extraído diretamente da Escritura em alguma matéria como matemática, bioquímica, física, trabalho social e muitas outras. No entanto, os temas bíblicos podem ser usados como molduras profundas dentro das quais se apreende o significado do conteúdo específico da disciplina. Por exemplo, os cinco sentidos (audição, visão, tato, olfato e paladar) podem ser abordados mais amplamente do o é tradicionalmente em um curso de anatomia e fisiologia. A mão e o olho humanos, cada qual uma maravilha da criação, são ambos funcionais primordialmente em um contexto social. Cada um tem o potencial de nutrir relações de aliança ou de contribuir de outras maneiras para o florescimento da vida.

Assim, abordar a natureza das alianças nos relacionamentos do ponto de vista bíblico e como a anatomia humana é projetada para trabalhar com o plano de Deus para o florescimento oferece ao aluno uma base profunda para estudar os elementos técnicos do corpo humano. Os seres humanos foram projetados por Deus para contribuir para o florescimento. A fundamentação do conteúdo de aula na perspectiva bíblica oferece uma oportunidade natural para o culto explícito ao Criador no contexto de um curso de ciências da vida.

A aplicação direta dos ricos conceitos incorporados por temas bíblicos pode ser feita em alguns casos. Os temas de lealdade e fidelidade oferecem uma oportunidade para explorar com os alunos a importância desses valores no trabalho de um gerente, contabilista, médico, professor do Ensino Fundamental, enfermeiro, eletricista, terapeuta, piloto, pesquisador e dezenas de outras vocações. O julgamento reflexivo e o pensamento cuidadoso podem ser aprimorados à medida que os alunos e o instrutor exploram várias maneiras pelas quais a lealdade e a fidelidade são expressas pelos líderes, bem como as tensões que os líderes enfrentam quando há múltiplas lealdades em jogo ou quando surgem contingências que dificultam a fidelidade às promessas. Um dos momentos mais óbvios para a aplicação direta de temas bíblicos está na consideração do comportamento ético relacionado a um campo particular de estudo ou serviço profissional no qual os estudantes se preparam para entrar.

• Métodos de ensino-aprendizagem. A aprendizagem pode ser promovida pelo uso de temas bíblicos (e em alguns casos, as narrativas em que são incorporados) como exemplos de conteúdo do curso. Os alunos podem ser convidados a pensar em histórias da Bíblia que prima facie ilustrem um elemento do conteúdo do curso.

Outra utilização de temas bíblicos: ajudar os alunos a obter uma compreensão mais profunda da pessoa e da obra de Jesus Cristo, o que pode resultar em um compromisso mais profundo e, talvez, em mais consistência de estilo de vida. Por exemplo, podemos ver a sabedoria de Jesus pela maneira como Ele respondia às difíceis perguntas feitas pelos escribas e fariseus e, a partir daí, aprender lições para manipular as nossas próprias relações com os outros. Mas, em um nível mais profundo, compreender as nuances do conceito bíblico de sabedoria (ao considerar seus muitos usos pelos vários escritores bíblicos) pode nos levar a adorar sem reservas a Jesus Cristo, que encarnou a sabedoria de Deus nas formas particulares como Ele projetou a criação; a entender a riqueza da sabedoria de Deus na concepção dos Dez Mandamentos, que contribuem para uma vida florescente; e compreender a misericórdia abrangente de Deus em enviar Jesus Cristo para ser o cumprimento do grande plano da salvação.

Quando o significado mais profundo de um tema bíblico aparece na sala de aula e aponta de maneira óbvia para a obra de Jesus Cristo, isso pode despertar um tempo de adoração corporativa. Se isso é feito várias vezes ao longo de um curso e, em seguida, propagado por todo o currículo em um programa de graduação, os alunos entenderão que a adoração não se limita a atividades religiosas realizadas em um edifício da igreja, mas pode ser experimentada durante toda a vida humana.

As experiências de aprendizagem podem incorporar os temas bíblicos de várias maneiras. O instrutor pode dirigir discussões ou debates em que uma verdade eterna incorporada em um dos temas bíblicos aparece como uma preocupação central. Os alunos podem redigir um artigo de reflexão pessoal no qual consideram as implicações do conteúdo do curso e da essência de um tema bíblico em sua vida, em um contexto específico. A solicitação de um trabalho acadêmico pode fazer os alunos refletir sobre as implicações de um dos temas na sociedade como um todo ou fornecer exemplos de como um determinado tema bíblico se relaciona a uma determinada profissão ou a uma atividade humana relevante para o curso. Quando os casos integrativos são designados para ajudar os alunos a reunir uma variedade de perspectivas sobre uma situação do mundo real, um ou mais temas bíblicos podem ser trazidos para a discussão a fim de ajudá-los a explorar como a fé é vivida no contexto desse caso particular.

• Avaliação. Por meio da avaliação, sinalizamos aos alunos o que é importante. Se a perspectiva bíblica é deixada fora da avaliação, que sinal está sendo dado? A avaliação articula as metas da aprendizagem, o conteúdo do curso e as atividades de ensino-aprendizagem. Por exemplo, usando um dispositivo objetivo de avaliação, o instrutor pode avaliar quão bem os alunos entendem o conteúdo de um ou mais temas bíblicos específicos relevantes para o curso em particular. Os alunos podem, também, ser solicitados a descrever a importância de um tema específico em termos de conteúdo do curso. A avaliação do compromisso pessoal com as ideias centrais incorporadas em um ou mais temas bíblicos pode ser uma avaliação apropriada de uma meta de aprendizagem afetiva em alguns cursos. Ou em um ensaio ou em um artigo, o instrutor pode avaliar a capacidade dos alunos para sintetizar o pensamento complexo sobre uma ou mais verdades eternas relevantes para as grandes questões no campo de estudo.

À medida que o pensamento bíblico preenche a mente dos administradores, professores e alunos, ele contribuirá para o processo de ensino-aprendizagem. Esses temas podem formar a base de uma filosofia pessoal de ensino-aprendizagem, permitindo que o professor, o aluno ou o administrador formatem uma cosmovisão pessoal usando a tapeçaria dos temas bíblicos.

A utilidade dos temas bíblicos não se limita a abordar questões teóricas. Esses temas podem elevar os pensamentos e emoções, desbloquear a imaginação e aprimorar o pensamento crítico. Muitos dos temas são orientados para a ação, o que proporciona ao estudioso a oportunidade de explorar suas implicações para a conduta ética. Os temas também podem ser úteis para avaliar teorias contemporâneas e moldar uma agenda de pesquisa.

Pensamentos adicionais a serem considerados ao aplicar os temas

Do ponto de vista educacional, esses temas se aplicam coletivamente a uma variedade de disciplinas acadêmicas e empreendimentos educacionais. Quando mesmo um desses temas é usado como fundamento para o currículo, o instrutor pode ter certeza de que isso tem raízes no caráter de Deus e na identidade de Jesus Cristo, bem como implicações diretas para a nossa conduta. Esses temas se tornam relevantes para atividades curriculares, co-curriculares e extracurriculares. Eles são significativos para a instrução em sala de aula, trabalhos estudantis, estágios, clubes estudantis, trabalho estudantil no campus e excursões acadêmicas. São relevantes para o trabalho das reuniões administrativas e das equipes administrativas encarregadas das responsabilidades de supervisão. Eles podem potencialmente compreender o núcleo da cosmovisão bíblica para qualquer profissão ou esforço humano.

Cada tema pode não ser prontamente aplicável para todos os cursos, em todos os níveis, no entanto, de forma geral, eles são amplamente úteis. Além disso, a riqueza de alguns dos temas pode não ser intelectualmente tão acessíveis para os alunos mais jovens como para os de pós-graduação. No entanto, é possível ensinar a ideia de lealdade aos alunos do Ensino Fundamental com a mesma facilidade de ensiná-la a estudantes do Ensino Médio ou Superior. Na pós-graduação, as nuances mais profundas do pensamento e a aplicação do que a lealdade significa para relacionamentos complexos podem ser mais apropriadamente exploradas, uma vez que os alunos são mais propensos a estar prontos para esse diálogo.

Conclusão

Revisar os currículos educacionais usando esses e outros temas bíblicos contribui para o grande objetivo da educação: a restauração da imagem de Deus nos seres humanos.41 Integrados nos múltiplos assuntos de um currículo de escola fundamental, em um programa de graduação ou através de vários anos de estudo em uma área específica, estudantes e professores vão aprender a ver as profundas implicações desses temas. Quanto mais extensivamente esses temas permearem o currículo, mais poder terão.

Sem dúvida, há muitos desses temas bíblicos para compartilhar em todo o currículo, em todos os níveis. À medida que os professores tornam-se cativados pela importância dos temas e do pensamento mais profundo que cada um representa, podem encontrar nova energia para abordar o desenvolvimento de uma base bíblica. A grande meta da educação não termina na graduação da faculdade ou nos estudos de pós-graduação. À medida que os alunos e professores envolvem esses temas em seus estudos formais, eles estabelecem o trabalho de base para uma vida inteira de experiências de aprendizagem enraizadas nas Escrituras.


Este artigo foi revisado por pares.

Michael E. Cafferky

Michael E. Cafferky, M.Div., M.P.H., D.B.A., é professor de Administração e Gestão na Southern Adventist University, em Collegedale, Tennessee, Estados Unidos, onde tem lecionado por 13 anos. Com mais de 20 anos de experiência na indústria de serviços de saúde, ocupou cargos de nível médio e superior como diretor, COO, CFO e CEO interino. Completou seu doutorado em Administração de Empresas na Anderson University, Falls School of Business, em Anderson, Indiana, Estados Unidos. Durante o primeiro semestre de 2011, como parte de seu período sabático, ele passou cinco semanas na Cambridge University, Cambridge, Inglaterra, estudando questões de fé e negócios. Ele é o autor de centenas de artigos e seis livros, incluindo Business Ethics in Biblical Perspective: A Comprehensive Introduction (Ética Empresarial sob uma Perspectiva Bíblica: Uma Introdução Abrangente), Westmont, Ill.: InterVarsity Press, 2015.

Citação recomendada:

Michael E. Cafferky, “Fundamentos bíblicos para disciplinas acadêmicas: uma abordagem temática bíblica,” Revista Educação Adventista 43:1 (Outubro–Dezembro 2016). Disponível em https://www.journalofadventisteducation.org/pt/2018.1.3.

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Este artigo defende que os temas apresentados aqui estão entre os grandes e nobres temas das Escrituras. Outros temas também são úteis. Em relação a esses temas, Ellen White diz: “Os assuntos tratados na Palavra de Deus, a digna simplicidade de suas declarações, os nobres temas que apresenta ao espírito, desenvolvem no homem faculdades que não podem ser desenvolvidas de outra maneira. Abre-se, na Bíblia, um campo ilimitado à imaginação. O aluno sairá da contemplação de seus grandiosos temas, da associação com suas sublimes imagens com pensamentos e sentimentos mais puros e elevados [...] Essas verdades farão uma obra poderosa.” Fundamentos da educação cristã, p.165. Disponível em: https://egwwritings.org.
  2. Economia Aplicada e Administração. Além de estudos de palavras, estudos de conceito, estudo de narrativas bíblicas e muitas passagens, o autor também leu a literatura bíblica acadêmica sobre os temas bíblicos que emergiram. Esse estudo adicionou uma profundidade de compreensão aos quadros conceituais incorporados nesses temas.
  3. Efésios 5:1.
  4. Efésios 4:24-32; Colossenses 3:10.
  5. 2 Coríntios 3:18.
  6. Colossenses 3:16.
  7. Gálatas 2:20; Filipenses 1:20.
  8. Deuteronômio 6:6; Salmo 19:7.
  9. Hebreus 12:2.
  10. João 12:45; 14:9; Colossenses 1:15; Hebreus 1:3; João 5:20.
  11. Mateus 7:21; Lucas 6:46; 11:28; Colossenses 3:17; Tiago 1:22; 4:17.
  12. Além disso, o autor encontrou provas textuais que, de uma forma ou de outra, apoiam a afirmação de que todos, exceto um dos temas apresentados aqui (sábado), estão associados ao Espírito Santo.
  13. Estes não são os únicos temas das Escrituras relevantes para o ensino-aprendizagem. Eles parecem ser temas gerais que abrangem muitos outros.
  14. Salvo indicação em contrário, todas as passagens bíblicas citadas aqui são da versão Almeida Revista e Atualizada.
  15. O autor reconhece que um conjunto de estudos bíblicos e literatura teológica está disponível apoiando cada um dos temas apresentados aqui. Entretanto, o objetivo deste artigo não é fornecer uma revisão abrangente da literatura, mas apresentar evidências diretas no registro bíblico da presença desses temas mencionados na Bíblia em termos do caráter de Deus, da identidade de Jesus Cristo e da conduta do crente. Um resumo de alguma literatura acadêmica pode ser encontrado em várias obras, incluindo as notas de rodapé encontradas no livro do autor: Michael E. Cafferky, Business Ethics in Biblical Perspective: A Comprehensive Introduction (Ética Empresarial na Perspectiva Bíblica: Uma Introdução Abrangente). Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 2015.
  16. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Gênesis 3:15; Mateus 10:1; 13:37-39; Marcos 3:14, 15; João 12:31, 32; 16:8-11; João 3:8; o caráter de Deus: Êxodo 34:6, 7; Efésios 3:8-11; Colossenses 1:15-20; Pedro 1:18-21; Apocalipse 16:7; 19:11; a conduta do crente: Coríntios 4:9; 2 Coríntios 10:4, 5; Efésios 6:12-17; Tessalonicenses 5:4-8; Pedro 5:8, 9; João 3:10-14; Apocalipse 14:12.
  17. Efésios 6:12-17.
  18. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: João 1:3; Hebreus 1:1, 2; Apocalipse 4:11; o caráter de Deus: Salmo 19:1-6; 104:24; João 1:3; Atos 17:24-26; Romanos 1:18-20; a conduta do crente: Gênesis 1:26-28; 2:15; Salmo 8:3-6; Coríntios 3:9; 2 Coríntios 3:18; 5:17; Efésios 2:10; Colossenses 3:10; Timóteo 4:4.
  19. Ellen G. White, Educação, p. 15, 16. Disponível em: https://egwwritings.org/.
  20. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Isaías 53:9; Lucas 1:35; Atos 3:14; 4:27; Romanos 1:4; 2 Coríntios 5:21; Pedro 1:18, 19; 2:21, 22; Hebreus 7:26; João 3:5; o caráter de Deus: Êxodo 15:11; Samuel 2:2; Salmo 77:13; 89:18; Isaías 5:16; 43:15; João 17:11; Apocalipse 15:4; a conduta do crente: Deuteronômio 28:9; Salmo 15:1-5; 34:14; Provérbios 9:10; Pedro 3:11; 2 Timóteo 2:22; Efésios 1:4; Pedro 1:15, 16; 2:21, 22; 2 Pedro 3:11.
  21. Levíticos 20:26; Deuteronômio7:6; 14:2; 26:19.
  22. Levíticos 18:3; 20:26; Números 23:9.
  23. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Deuteronômio 4:13; Mateus 22:36-40; João 17:2; Malaquias 3:1; o caráter de Deus: Deuteronômio 7:9; Salmo 111:9; 119:142; Isaías 54:10; Jeremias 32:40; a conduta do crente: Deuteronômio 6:6; 7:9; Salmo 19:7; Jeremias 31:33; 2 Coríntios 3:4-6; Gálatas 5:14; Hebreus 10:16; Apocalipse 14:12.
  24. Êxodo 20:1-17; Deuteronômio 5:1-22. Síntese de outros versos bíblicos contendo os Dez Mandamentos: Salmo 15; Isaías 33:14, 15; 56:1; Miqueias 6:8; Mateus 5-7; 22:37-40; Marcos 10:19; Lucas 18:20; Romanos 13:8-10.
  25. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Isaías 9:6, 7; 53:5; Lucas 1:79; 2:14; Romanos 5:1; Efésios 2:14; Colossenses 1:20; o caráter de Deus: Salmo 35:27; Isaías 54:10; Ezequiel 37:26; Romanos 16:20; 2 Coríntios 13:11; Hebreus 13:20; Apocalipse 6:4; a conduta do crente: Salmo 29:11; 34:14; Provérbios 16:7; Isaías 48:18; Jeremias 29:7; Romanos 14:17; 2 Coríntios 13:11; Colossenses 3:15; Gálatas 5:22; Filipenses 4:7; Tessalonicenses 5:23; 2 Timóteo 2:22; Pedro 3:11, 14.
  26. Salmo 1:1-3; 34:6-10; 85:9-13; 119:1; Romanos 8:4; 2 João 1:6.
  27. Salmo 34:14; 122:6; Isaías 32:17; Romanos 6:12-14; 2 Coríntios 13:11; Gálatas 5:22; Filipenses 4:7; Tessalonicenses 5:23; 2 Timóteo 2:22; Pedro 3:11.
  28. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Marcos 2:27, 28; o caráter de Deus: Gênesis 2:3; Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15; a conduta do crente: Êxodo 20:8-11; 31:13-17; Marcos 2:27, 28.
  29. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Salmo 89:14; Isaías 9:6, 7; Jeremias 23:5; Zacarias 9:9; Mateus 12:14-21; o caráter de Deus: Gênesis 18:25; Deuteronômio 10:18; 32:41; Salmo 19:9; 33:5; 89:14; Provérbios 16:11; Isaías 5:16; a conduta do crente: Deuteronômio 16:18-20; Salmo 25:9; 82:3, 4; 106:3; Provérbios 2:6-9; 8:20, 21; 21:3; Eclesiastes 5:8; Isaías 10:1, 2; Amós 5:24.
  30. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Salmo 89:14; Jeremias 23:5; Coríntios 1:30; Romanos 1:16, 17; o caráter de Deus: Salmo 7:9; 19:9; 33:5; 145:17; Isaías 5:16; 9:6, 7; Romanos 3:21-26; 2 Pedro 3:13; a conduta do crente: Salmo 15:1, 2; 106:3; Ezequiel 45:10; Mateus 6:33; Romanos 3:21-26; 14:17; 2 Coríntios 5:21; Efésios 6:12-17; 2 Timóteo 2:22; João 3:10-14.
  31. Êxodo 9:27; Deuteronômio 32:3, 4; Salmo 15; 24; 31:1; 36:10; 37; 40:10; 71:2; 88:10; 89:14; 112; 145:17; Isaías 46:13; 51:5-8; Jeremias 9:24; Mateus 5:20; 6:1; Lucas 1:6; 23:47; João 16:8-10; Coríntios 1:30; Pedro 3:10-12.
  32. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Reis 2:4; João 1:14, 17; 14:6; 2 Coríntios 13:8; Efésios 4:21; João 1:6; 2 Pedro 2:1-3; o caráter de Deus: Êxodo 34:6; Salmo 19:9; 57:10; 86:15; 89:14; 111:7, 8; 117:2; 119:142; a conduta do crente: Salmo 15:1, 2; 51:6; Provérbios 3:3; 23:23; João 16:13; 17:17; Gálatas 5:22; João 1:6; 5:20; 3 João 1:8.
  33. Gênesis 42:16; Êxodo 18:21; Josué 24:14; Samuel 12:24; Reis 22:16; Provérbios 3:3.
  34. Provérbios 20:6. Quando o profeta Zacarias previu o cumprimento de todas as esperanças e sonhos acerca do plano de Deus de trazer shalom, ele descreveu a experiência como verdadeira. Ver Zacarias 8:3-19.
  35. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Coríntios 1:24, 30; Provérbios 8:22-30; Lucas 2:40, 52; Colossenses 2:3; o caráter de Deus: Salmo 104:24; Provérbios 2:6-9; Coríntios 1:24; Efésios 3:8-11; a conduta do crente: Salmo 19:7; 51:6; Provérbios 3:13; 23:23; Jeremias 9:23, 24; Romanos 12:16; Colossenses 1:28; Apocalipse 13:18.
  36. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Salmo 33:5; 89:14; João 1:14; 15:13; Romanos 8:39; Efésios 5:2; o caráter de Deus: Êxodo 34:6; Deuteronômio 7:9; Salmo 89:14; 86:15; 117:2; 2 Coríntios 13:11; João 4:8-10.
  37. Provérbios 3:3; Oseias 12:6; Miqueias 6:8; Zacarias 7:9.
  38. Exemplos de apoio bíblico para esse tema: Jesus Cristo e Sua obra: Marcos 10:45; Romanos 3:24; 5:10, 11; 8:29; Coríntios 1:30; 2 Coríntios 5:19; Gálatas 3:13; Efésios 1:7; 2:16; 3:8-11; Colossenses 1:20; Pedro 1:18-21; Hebreus 9:12; o caráter de Deus: Jó 19:25; Salmo 7:10; 18:2; 34:18; 111:9; 79:9; Isaías 45:15; 48:17; Jeremias 50:34; Habacuque 3:18; Efésios 1:13, 14; Tito 3:4, 5; a conduta do crente: Isaías 1:27; Atos 4:12; Coríntios 6:20; 2 Coríntios 5:18-20; Efésios 6:12-17; Pedro 1:18-21.
  39. Êxodo 6:6; Levíticos 25:48, 49; 2 Samuel 4:9; Rute 3:13; Jó 6:23; Salmo 25:22; 31:5; 69:18; 72:14; 111:9; 119:154; 130:3; Lamentações 3:58; Lucas 1:68; Romanos 3:24; Gálatas 4:5; Tito 2:14.
  40. Romanos 8:19-22.
  41. Ellen G. White, Educação, p. 125. Disponível em: https://egwwritings.org/.